Ser tijucano, é ter orgulho da história da Tijuca

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A Tijuca é um dos bairros mais tradicionais do Rio de Janeiro. Ninguém ousa negar. A força é tanta que tem até seu próprio gentílico “tijucano”. Uma bandeira defendida com orgulho faz anos.

 

Mas essa história não começa agora. Por isso vamos contar hoje um pouco da história do bairro.

 

Tijuca, o começo

 

A história da Tijuca mistura-se um pouco com a da própria cidade do Rio de Janeiro em si.Depois de expulsarem os franceses por volta de 1565. Os jesuítas, que foram aliados de Estácio de Sá, ganharam uma considerável extensão de terras na região. 

 

Assim os jesuítas implantaram engenhos de cana de açúcar que foram o Engenho Velho e o Engenho Novo construído mais ao norte. Portanto, foi nessa época 1567 que foi construída a primeira Igreja de São Francisco de Xavier no mesmo local que está atual. Quem liderou essa obra foi o Padre José de Anchieta. 

 

De engenhos a chácaras

 

No entanto, em 1759, o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil. Suas terras foram confiscadas pela Coroa Portuguesa virando bens públicos e tendo fins diferentes. Algumas foram repartidas, outras leiloadas e outras foram mantidas. Mas a divisão do território se deu em São Cristóvão, Engenho Novo e Engenho Velho. 

 

As fazendas de cana de açúcar, portanto, tornaram-se chácaras. Outras partes das terras mais bem localizadas foram arrendadas. O seu valor estava no verde e na altitude que fugia do calor e das epidemias concentradas no Centro. 

 

Mas apenas seu relevo não serviu para manter o território intocado. Pelo contrário atraiu as elites que queriam se distanciar do centro com suas insalubridades e as classes abastadas também. Afinal, a botânica e a vista também atraiam. 

 

Assim a Tijuca despertou o interesse de comerciantes, nobres e da cultura do café. 

 

Café e o desmatamento

 

A partir de 1760 a cultura do café chegava de verdade ao Rio. Uma das coisas que se pregavam era a crença de que deveria ser plantado em mata virgem, temperatura amena e solo nem seco nem encharcado. O que despertou o olhar para as partes da alta da cidade, principalmente a Tijuca com sua área florestal.

 

Isso foi confirmado de tal forma que devastou boa parte da floresta da Tijuca trazendo consequências até para o suprimento de água da cidade. Por isso, o governo imperial decretou em 1840 o reflorestamento , mas que só foi implementado com D.Pedro II em 1861.

Quem comandou todo o processo do plantio das árvores novamente foi o Major Manuel Gomes Archer. Ele era proprietário de um sítio em Guaratiba de onde podia retirar mudas. Por isso, foi o primeiro administrador da floresta. 

 

Assim ele mudou-se para perto dali focando no projeto que durou mais de 10 anos replantando mais de 110 mil mudas trazidas do seu sítio e áreas no entorno. No início contando com  escravos, depois com 22 trabalhadores assalariados. 

 

Uma das medidas que garantiu o sucesso a princípio foi D. Pedro II ter desapropriado as propriedades essenciais ao projeto perto dos mananciais e no alto de algumas regiões. Assegurando a assertividade do trabalho. Sendo consagrado em 1961 o Parque Nacional da Tijuca por um decreto.

 

Fábricas

 

A urbanização do bairro, no entanto, aconteceu com o aparecimento das fábricas na região a partir do século XIX.  Atraídas pela água farta e áreas grandes disponíveis. Eram de todos os tipos desde de produzir cigarros, papel, roupas. 

 

Isso explica o nome Fábrica das Chitas para o local entre o Largo das Chitas, atual Praça Saens Peña, e a Rua Desembargador. Já que faziam referência a fábrica de chitas que houve por ali há mais de 20 anos. 

 

Ela não fabricava tecidos. Na verdade, tingia os tecidos que vinham das Índias. Mas muitas outras fábricas de diversos produtos se instalaram na região. 

 

Urbanização e Expansão

 

Por isso, no século XX a Tijuca já não era mais tão rural. Recebia bondes primeiro de tração animal, depois elétricos que iam até o Largo das Chitas que já era o centro comercial do bairro antes mesmo de ser urbanizada em 1911.

 

A Praça Saens Peña inclusive ganhou esse nome quando o presidente da Argentina veio visitar o Brasil. Sua revitalização veio para trazer um novo marco a Tijuca, tanto que ali seria depois o território dos famosos cinemas de ruas, lazer e qualidade de vida.

 

A partir daí não parou mais. Nos meados do século XX começou a ocorrer um boom de prédios. Apesar do aparecimento do tom pejorativo nesse período da palavra subúrbio, a Tijuca pelo seu berço aristocrático nunca foi incluída. Mesmo tendo sofrido um processo de favelização por volta de 1980. 

 

Hoje, não há os cinemas de rua nem as fábricas. No lugar há o comércio tradicional shopping, supermercados, entre outros. Mas não se perdeu o samba, a culinária de tradição, o futebol. Muito menos a mistura de natureza e urbano com sua Floresta. Só se encontrou um novo tom de ser tijucano raiz.  

 

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