Glória dos bairros do Rio de Janeiro é um dos mais tradicionais e com mais peso histórico. Não há como negar que outros bairros também possuem sua importância como já falamos aqui da Tijuca e de Ipanema. Porém, a Glória consegue juntar um pouco da alma de subúrbio com a de classe média alta sem perder uma vista de tirar o fôlego.
No entanto, vamos começar hoje pela sua história que pode até não envolver a música como outros bairros, mas é tão rica quanto. Afinal, um bairro que possui um hotel como foi o Hotel Glória, uma Marina da Glória e a Praça Paris tem muito a contar sobre a história do Rio de Janeiro.
Glória dentre os bairros do Rio de Janeiro foi o que recebeu esse nome por causa da Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro. Portanto, a igreja logicamente não foi apenas mais um templo na história. O bairro se consolidou e começou a ser construído pelo seu arredor.
O templo religioso foi construído no século XVIII. Ou seja, a Glória assim como muitos outros bairros do Rio de Janeiro, não começou sua relevância a pouco tempo.
Tanto é que um dos motivos que mudou tudo naquela época foi essa igreja ter caído no gosto da família real. Esse fato elevou e ajudou na construção do bairro. Afinal, o local escolhido para criar a tradição de batizar as crianças da família real e onde D. João VI sempre ia assistir as missas não podia continuar a ser qualquer lugar.
Dessa forma foi preciso criar algo a altura para as pessoas que frequentavam aquele ambiente. Sendo nada melhor do que a própria corte que possuía os recursos para investir no local.
Não há nem como negar que a arquitetura do bairro foi feita inspirada no estilo parisiense. Pois, um bairro que possui uma praça denominada como Praça Paris já confirma como foi forte essa influência. Sendo esse projeto começado a ser desenhado desde 1926.
Assim pode-se perceber que o Rio de Janeiro cresceu inspirado nos moldes europeus. Tanto é que o bairro possui outros pontos que reforçam isso como a primeira Igreja Positivista do Brasil, o Relógio do largo da Glória, os casarões, parques, museus e memoriais.
Além disso, vale ressaltar o estilo da rede de hotelaria que condizia para reafirmar essa perspectiva. Só olhar o luxuoso Hotel Glória de 1922 e lembrar que não era o único do bairro. O motivo era que por ser próximo ao Catete e Centro, o bairro recebia muitos políticos e pessoas de grande influência entre os séculos XIX e XX.
Não é a toa obviamente que a Glória, dos bairros do rio de Janeiro, foi o com maior número de embaixadas. Já que possuía sedes de governo, hotéis para atender a demanda e prédios históricos. Além de toda a infraestrutura pensada desde o início quando começaram a aterrar para construir as avenidas levando ainda em conta a arquitetura. Ou seja, um bairro para ser nobre desde sempre.
O bairro da Glória foi importante também para a literatura nacional. A princípio pode-se começar citando que Lima Barreto foi batizado na Igreja de Nossa Senhora da Glória. Mas também há o fato de que alguns livros de Machado de Assis tiveram o bairro como ambientação ou citados por um período. Um exemplo clássico é o famoso “Dom Casmurro” que utilizava muito de uma das ruas principais : a Rua da Glória. Sendo ainda hoje uma das ruas mais movimentadas, mesmo com características do passado.
No século XVI, houve uma expedição francesa no Brasil. Mais precisamente perto da Baía de Guanabara. Segundo o escritor Jean de Léry, habitava a região uma aldeia denominada Tupinambá na base do Outeiro da Glória. Essa tribo usava as águas do Rio Catete. Sendo assim chamadas Kariók ou Karióg. A partir desse termo foi que se formou a denominação carioca que todos os residentes do Rio de Janeiro usam com tanto orgulho.
Inclusive foi em um desses embates entre portugueses e franceses que morreu Estácio de Sá, o português fundador da cidade do Rio de Janeiro.
O bairro da Glória por sua importância já citada acima, pela localização e pelas pessoas que frequentavam o local foi o primeiro bairro a receber uma estação de metrô. Era a estação Glória – Cinelândi que ligava Zona Sul – Centro contando com um luxo a mais por ser revestida de mármore carrara.
No entanto, até hoje o bairro possui transporte eficiente para os demais locais do Rio de Janeiro. Primeiro, pela sua posição estratégica bem central. Segundo pela sua importância turística por contar com lugares como a Marina da Glória, Aterro do Flamengo, comércios locais e todo aparato histórico. Isso tudo sem perder o estilo carioca nativo com ruas arborizadas, feiras aos domingos, prédios não muito altos que fazem do bairro um xodó dos cariocas.
3 Comentários
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